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“Não fui eleita e nem serei reeleita para reduzir salário de trabalhador”, afirma Dilma

01/08/2014

 

 

A presidenta Dilma Rousseff comprometeu-se, quando reeleita, em manter todos os direitos trabalhistas existentes, impedir a retirada de qualquer avanço conquistado no mercado de trabalho nos últimos anos e continuar o processo de conquista de aumentos reais de salários, a partir da preservação da atual política de valorização do salário mínimo, instrumento que alavanca todos os rendimentos trabalhistas do país.

Ela assumiu esses compromissos final da tarde desta quinta (31), diante de uma plateia de mais 600 dirigentes sindicais da CUT, todos delegados à 14ª Plenária Nacional da CUT, que será encerrada nesta sexta (1º) em Guarulhos (SP). Os dirigentes interromperam a plenária e foram em passeata ao primeiro ato oficial organizado pela campanha da presidenta à reeleição, realizado em um clube da cidade.

 “Eu não fui eleita nem serei reeleita para reduzir salário de trabalhador nem para colocar nosso País de joelhos diante de quem quer que seja”, disse a presidenta Dilma, logo nos primeiros momentos de seu discurso. “Eu não sou uma pessoas pretensiosa, e posso não acertar sempre, nem agradar a todos, mas eu jamais traio os meus compromissos nem minha parceria”, completou.

Dilma também lembrou que o Brasil, assim como o restante do mundo, está enfrentando a “maior crise econômica desde 1929”, mas que o País o faz de forma diferente da maioria. “O Brasil está enfrentando a crise de forma a continuar a crescer. Por isso, tomamos todas as medidas para preservar o que há de mais importante: o emprego”.

Citando indiretamente a candidatura de Aécio Neves (PSDB), que recentemente afirmou a uma plateia de empresários que pretende flexibilizar a legislação trabalhista, Dilma afirmou: “Não temos de adaptar direitos trabalhistas. Se for para mexer, tem de ser para ampliar, mudar no bom sentido”, citando como exemplo a extensão dos direitos às trabalhadoras domésticas, através de política aprovada em seu governo. “Tem quem diz por aí que vai flexibilizar. Para esses, na hora do vamos ver, a culpa é sempre do trabalhador”, completou.

Para a presidenta, que nesta quinta recebeu apoio formal da CUT à sua candidatura à reeleição, “o que vai estar em jogo nessa campanha é como vamos assegurar que o povo avance em direitos, e não voltar para trás”.

E antecipou o que pode ser um dos slogans de sua campanha: “Se na eleição de Lula dissemos que a esperança venceu o medo, nesta eleição a verdade vai vencer o pessimismo e a mentira”, lembrando que a oposição e setores da imprensa profetizaram que o Brasil sofreria vários problemas como o fracasso da Copa, apagão elétrico ou descontrole da inflação, nenhum confirmado no mundo real. Nesta semana, o governo Dilma sofreu e desmentiu outra acusação futura, a de que haverá aumento geral de tarifas caso ela seja reeleita.

Durante sua fala, Dilma buscou demonstrar descontração, como ao responder com reciprocidade a um grito de “eu te amo” vindo da plateia e, ao final, descer do palco para abraçar os delegados e delegadas cutistas. No início do discurso, afirmou que “receber o apoio da CUT é uma honra. A CUT representa o povo na construção da democracia e na luta por um país mais justo”.

Plataforma da CUT

Dilma recebeu da CUT a Plataforma CUT da Classe Trabalhadora, um documento com propostas elaboradas pela Central para que a candidata as adote como programa de governo (conheça a Plataforma ao final deste texto). As dirigentes Carmen Foro, vice-presidente da CUT, e Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora, leram uma carta preparada pela entidade para explicitar e fundamentar o apoio à reeleição. A candidata também recebeu documentos com propostas dos servidores públicos e das trabalhadoras domésticas.

O presidente da CUT Vagner Freitas foi enfático ao defender o apoio e pedir mais mudanças à candidata. “Queremos mais crescimento com distribuição de renda”. Reivindicou a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, o fim do fator previdenciário, a regulamentação da convenção 151 da OIT – que trata de negociação no serviço público – reforma agrária, valorização da agricultura familiar e igualdade de direitos para mulheres.

“E isso só tem uma condição para acontecer: mais Dilma. Os demais serão mais FMI, redução de direitos, diminuição das políticas públicas hoje conquistadas. Estamos aqui com a senhora porque será bom para nós e para nossos filhos”.

Padilha governador

Alexandre Padilha também participou do ato. O ex-ministro da Saúde e candidato a governador de São Paulo foi saudado por Vagner como o “homem que vai tirar o Estado do atraso”. Padilha fez um breve discurso ao final do ato, na rua em frente a casa de shows. “A mudança vai começar por Guarulhos”, disse.

Estiveram presentes também o presidente do PT, Rui Falcão,  os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), e os prefeitos de São Bernardo, Luiz Marinho, também coordenador da campanha de Dilma no Estado de São Paulo, e de Guarulhos, Sebastião Almeida.


Com informações da CUT




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